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Equipa do ISEL cria “árvore tecnológica” para melhorar o ar das cidades

Not a tree
07 Nov 2025

No dia 5 de novembro, decorreu, no ISEL, a inauguração da instalação “I can’t believe it’s not a tree”, o projeto vencedor do concurso universitário da Escola da Energia promovido pela Fundação EDP. Desenvolvido por uma equipa multidisciplinar, composta maioritariamente por alumni do ISEL, o projeto alia arte, engenharia e sustentabilidade, propondo uma nova forma de pensar o espaço urbano e a qualidade do ar nas cidades.

A sessão de apresentação foi conduzida por Nuno Cordeiro e Duarte Teixeira (Licenciaturas em Engenharia Eletrotécnica e Engenharia Mecânica, respetivamente) e Catarina Gentil (Artista Visual), que partilharam o percurso do projeto, desde a conceção até à concretização da prova de conceito instalada no campus do ISEL. Da equipa, fizeram, ainda, parte Cristiano Rodrigues (Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica), Duarte Gonçalves (Licenciatura em Engenharia Informática e Multimédia) e Maria Carnall (Designer de Produto).

Not a tree


Uma árvore que respira tecnologia

Not a treeA instalação “I can’t believe it’s not a tree” trata-se de uma estrutura urbana construída com materiais reciclados, equipada com painéis fotovoltaicos, purificadores de ar e sensores ambientais. Esta “árvore tecnológica” é capaz de produzir energia limpa e purificar o ar, medindo continuamente partículas (PM2.5 e PM10) e dióxido de carbono. Os dados recolhidos são disponibilizados em tempo real, através de um dashboard online, atualizado a cada 15 minutos, permitindo a monitorização ambiental quase em tempo real.

“A not a tree é um purificador de ar, uma obra de arte e um laboratório vivo. As pessoas podem desfrutar do espaço e, ao mesmo tempo, acompanhar online a energia produzida e a qualidade do ar”, explicou Nuno Cordeiro, durante a apresentação. A estrutura autossustentável, é alimentada exclusivamente por energia solar e foi desenhada para funcionar, sobretudo, nos períodos de maior poluição e movimento urbano, maximizando o seu impacto ambiental.

Arte e engenharia ao serviço da cidade

Para além da vertente tecnológica, “I can’t believe it’s not a tree” incorpora uma forte componente artística, resultante da colaboração entre engenheiros e criativos.

Inspirada na natureza, a instalação propõe uma “floresta urbana simbólica”, um espaço que combina estética, funcionalidade e reflexão sobre o papel da tecnologia na sustentabilidade. “Desde o início, quisemos que fosse uma escultura funcional, que as pessoas pudessem aproveitar. Não queríamos uma peça apenas decorativa, mas algo que fosse útil, bonito e inspirador”, explicou Catarina Gentil.

Not a tree


Um modelo replicável e modular

A equipa concebeu o projeto como um protótipo com potencial de expansão, capaz de ser replicado e interligado em diferentes contextos urbanos, como paragens de autocarro, praças ou parques públicos.

Durante a sessão, estiveram presentes representantes da Fundação EDP, entidade promotora do concurso, que manifestaram interesse em apoiar a sua implementação noutros locais do país: “Este projeto é arte e é engenharia. É exatamente o tipo de iniciativa que gostaríamos de ver também no campus da Fundação EDP”, referiu Rosa Amado, Senior Project Manager, na Fundação EDP.

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Inovação e comunidade no centro do ISEL

Em representação da Direção do ISEL, a sessão contou, também, com a presença das docentes Alexandra Costa (Vice-Presidente para a área das infraestruturas e equipamentos) e Carla Viveiros (Vice-Presidente para a área pedagógica e qualidade), que felicitaram a equipa pelo trabalho desenvolvido e pela forma como traduz o espírito inovador da instituição.

No encerramento, a Professora Carla Viveiros destacou o orgulho em ver projetos como este nascerem no seio da comunidade do ISEL. “É sempre gratificante ver que os nossos alunos passam da teoria à prática. Vão embora, mas há obra que fica feita”, referiu, demonstrando a satisfação por os estudantes quererem implementar a prova de conceito no campus. “É bom para eles e para os futuros profissionais, que ainda cá estão, e que percebem que se tiverem uma ideia também serão capazes de implementar e que vão ter o apoio do ISEL. Estamos aqui para ajudar”, complementou.

Já a Professora Alexandra Costa sublinhou o valor do empreendedorismo e da melhoria contínua: “Vocês, agora, têm responsabilidades grandes, para com a Fundação EDP e com o ISEL. Quando esta prova de conceito estiver perfeita, vocês até podem pensar ‘já a podemos replicar dez vezes’, mas à 11.ª é bom que surjam ideias novas. Têm de melhorar sempre”, disse, incentivando a equipa. 

Veja o álbum de fotografias, no Flickr.